segunda-feira, 26 de março de 2012

Entrevista Concedida - Falta de confiança em si mesmo altera autoestima

Não dependa da opinião dos outros

Por Tany Souza - Site Arca Universal
No trabalho, na escola, na roda de amigos, na igreja, estamos sempre interagindo com outras pessoas, ouvindo opiniões diferentes, tendo respostas inesperadas e até mesmo atitudes que magoam. Isso é normal. Mas quando os acontecimentos ao redor influenciam na autoestima é preciso tomar cuidado.
Segundo a psicóloga Roseleide da Silva Santos, a autoestima é um ato de valorização pessoal e se alterna entre alta, baixa e equilibrada. “Ao se relacionar com outras pessoas, a autoestima é afetada, direta ou indiretamente, para baixo ou para o alto. Mas, quando se tem confiança em si mesmo, não há uma alteração profunda e significativa.”


A confiança em si e a autovalorização são fatores fundamentais para se manter uma boa autoestima. “Quanto mais consciência eu tenho de mim, mais controle tenho sobre se as relações interpessoais vão me afetar mais ou menos. A dependência da opinião do outro é extremamente prejudicial”, explica Roseleide.

Vincular a autoestima com a opinião do outro faz com ela se torne baixa. “Quando a pessoa não tem a compreensão de quem é, depende do outro dizer, literalmente ela não se conhece, e essa falta de conhecimento de si a leva a não ter amor próprio, gerando sua desvalorização”, diz.

No dia a dia

Para manter a autoestima equilibrada é preciso se conhecer. “Quando eu consigo falar dos meus defeitos, não vou me sentir mal quando o outro apontar isso em mim. Uma boa autoestima é quando se sabe quem é, se aceita e se valoriza”, ressalta Roseleide.
 
 
A autoestima pode influenciar em minha vida? “Se tiver baixa autoestima, vai influenciar sim na relação com as pessoas ao redor. Ninguém consegue conviver com alguém que precisa sempre da opinião do outro. Se o problema não for tratado, pode gerar depressão.”

terça-feira, 20 de março de 2012

Crônica da Loucura - Luis Fernando Veríssimo

                                                                           
O melhor da terapia é ficar observando os meus colegas loucos.
Existem dois tipos de loucos. O louco propriamente dito e o que cuida do louco: o analista, o terapeuta, o psicólogo e o psiquiatra. Sim, somente um louco pode se dispor a ouvir a loucura de seis ou sete outros loucos todos os dias, meses, anos. Se não era louco, ficou.


Durante quarenta anos, passei longe deles. Pronto, acabei diante de um louco, contando as minhas loucuras acumuladas. Confesso, como louco confesso, que estou adorando estar louco semanal.


Luis Fernando Veríssimo
O melhor da terapia é chegar antes, alguns minutos e ficar observando os meus colegas loucos na sala de espera. Onde faço a minha terapia é uma casa grande com oito loucos analistas. Portanto, a sala de espera sempre tem três ou quatro ali, ansiosos, pensando na loucura que vão dizer dali a pouco.


Ninguém olha para ninguém. O silencio é uma loucura. E eu, como escritor, adoro observar pessoas, imaginar os nomes, a profissão, quantos filhos têm, se são rotarianos ou leoninos, corintianos ou palmeirenses. acho que todo escritor gosta desse brinquedo, no mínimo, criativo. E a sala de espera de um "consultório médico", como diz a atendente absolutamente normal (apenas uma pessoa normal lê tanto Paulo Coelho como ela), é um prato cheio para um louco escritor como eu. Senão, vejamos:

Na última quarta-feira, estávamos:


1. Eu
2. Um crioulinho muito bem vestido,
3. Um senhor de uns cinqüenta anos e
4. Uma velha gorda.


1) Comecei, é claro, imediatamente a imaginar qual seria o problema de cada um deles. Não foi difícil, porque eu já partia do principio que todos eram loucos, como eu. Senão, não estariam ali, tão cabisbaixos e ensimesmados.


(2) O pretinho, por exemplo. Claro que a cor, num país racista como o nosso, deve ter contribuído muito para levá-lo até aquela poltrona de vime. Deve gostar de uma branca, e os pais dela não aprovam o namoro e não conseguiu entrar como sócio do "Harmonia do Samba"? notei que o tênis estava um pouco velho. Problema de ascensão social, com certeza. O olhar dele era triste, cansado. Comecei a ficar com pena dele. Depois notei que ele trazia uma mala. Podia ser o corpo da namorada esquartejada lá dentro.Talvez apenas a cabeça. Devia ser um assassino, ou suicida, no mínimo. Podia ter também uma arma lá dentro.


Podia ser perigoso. Afastei-me um pouco dele no sofá. Ele dava olhadas furtivas para dentro da mala assassina.


(3) E o senhor de terno preto, gravata, meias e sapatos também pretos?
Como ele estava sofrendo, coitado. Ele disfarçava, mas notei que tinha um pequeno tique no olho esquerdo. Corno, na certa. E manso. Corno manso sempre tem tiques. Já notaram? Observo as mãos. Roía as unhas. Insegurança total, medo de viver. Filho drogado? Bem provável. Como era infeliz esse meu personagem. Uma hora tirou o lenço e eu já estava esperando as lágrimas quando ele assoou o nariz violentamente, interrompendo o Paulo Coelho da outra. Faltava um botão na camisa.
Claro, abandonado pela esposa. Devia morar num flat, pagar caro, devia ter dívidas astronômicas. Homossexual? Acho que não. Ninguém beijaria um homem com um bigode daqueles. Tingido.

4) Mas a melhor, a mais doida, era a louca gorda e baixinha. Que bunda imensa. Como sofria, meu Deus. Bastava olhar no rosto dela. Não devia fazer amor há mais de trinta anos. Será que se masturbaria? Será que era esse o problema dela? Uma velha masturbadora? Não! Tirou um terço da bolsa e começou a rezar. Meu Deus, o caso é mais grave do que eu pensava. Estava no quinto cigarro em dez minutos. Tensa. Coitada. O que deve ser dos filhos dela? Acho que os filhos não comem a macarronada dela há dezenas e dezenas de domingos. Tinha cara também de quem mentia para o analista. Minha mãe rezaria uma Salve-Rainha por ela, se a conhecesse.
Acabou o meu tempo. Tenho que ir conversar com o meu psicanalista.
Conto para ele a minha "viagem" na sala de espera.
Ele ri, ..... ri muito, o meu psicanalista, e diz:
 
O Ditinho é o nosso office-boy.
O de terno preto é representante de um laboratório multinacional de remédios lá no Ipiranga e passa aqui uma vez por mês com as novidades.
E a gordinha é a Dona Dirce, a minha mãe.
- E você, não vai ter alta tão cedo...

Luis Fernando Veríssimo

terça-feira, 13 de março de 2012

Entrevista concedida - Mulher controladora, mãe possessiva

Cuidado em excesso com o filho pode ser sentimento de posse

Por Tany Souza - Site Arca Universal
Comandar tudo que o filho faz, podar sua liberdade de escolha e proteger excessivamente. Se você é uma mãe assim, cuidado, você poder ser controladora demais.
É o que explica a psicóloga Roseleide da Silva Santos. “É um comportamento derivado de uma pessoa controladora, insegura. Ela deseja ter tudo sob o seu comando, com um excesso de proteção. Sente que tem que se apropriar, porque não tem clareza de que aquela pessoa realmente gosta dela, então, tem que tê-la.”

Para Roseleide, há uma diferença entre o sentimento possessivo e o cuidado a mais com o filho. “É a intromissão, a invasão. Uma coisa é se interessar, estar atenta, outra é invadir, investigar, monitorar, estar sempre em eterna vigilância, uma inquietação constante.”

Efeitos ao redor
A consequência para o filho deste sentimento de posse pode até ser a perda da personalidade. “A possessividade traz a superproteção, tirando a individualidade e inibindo a capacidade que a criança tem de se desenvolver por conta própria, e assim ela não anda com as próprias pernas, mas sim conforme as vontades e decisões da mãe. A insegurança gerada impede que o filho reaja diante dos problemas da vida”, aponta Roseleide.

A mulher não percebe que está sendo possessiva e por isso pode ter outras reações. “A mãe não percebe isso e sempre dirá que é amor, preocupação, cuidado de quem ama. Ela não vai admitir ou reconhecer e, caso o filho reaja aos seus excessos, não fazendo exatamente da forma como ela quer, vai se sentir frustrada, insegura, se colocando como vítima, fazendo chantagem emocional”, diz.

É possível também que o casamento seja atingido por esta possessividade da mulher em relação ao filho. “Se ela vive exclusivamente para o filho, não tem outras razões para viver e isso acaba denunciando que há algo dentro do casamento que não está bem”, alerta a psicóloga.

Segundo Roseleide, esta mãe por si só não consegue se conscientizar de que age assim com o filho. “Ela pensa que não está fazendo nada de mal. As evidências dessa atitude virão muitas vezes através de outras”, finaliza.

segunda-feira, 12 de março de 2012

Workshop com Sandra e Joseph Zinker

com Sandra e Joseph Zinker

Tive a honra de participar do workshop "Fenomenologia da Existência" magnificamente ministrado por Sandra Zinker (gestalt-terapeuta brasileira) e Joseph Zinker (gestalt-terapeuta norte-americano).






Participantes do encontro



Este encontro ofereceu-me o grandioso aprendizado, através de todas as vivências realizadas, de validar minhas percepões sensoriais e transformá-las em intervenções terapêuticas. As genuínas trocas realizadas entre os participantes também foram de grande importância para meu enriquecimento profissional e pessoal.




Casal Zinker




A oportunidade de presenciar este casal trabalhando é um grande privilégio e, sem dúvida, outro grande aprendizado. 






Um grande abraço,
Rose