Por Tany Souza - Site Arca Universal
Mal a criança nasceu e já tem pais querendo que o filho seja
jogador de futebol, mães que desejam que a menina seja modelo ou bailarina. Mas
até onde os pais podem e devem intervir nessa escolha?
Para a psicóloga Roseleide da Silva Santos o primeiro passo é não
arquitetar o que o filho pode ser. “É preciso tomar cuidado porque esta
idealização interfere sim, porém a criança deve ter condições para desenvolver
suas habilidades naturais, vocações, aptidões. Há uma grande diferença entre o
que os pais querem e o que realmente o filho pode ser.”
Ela também explica que os pais podem ajudar, mas não determinar.
“Se o filho gostar da proposta, se demonstrar algum interesse, tudo bem. Mas o
que não pode é conceber uma ideia e obrigá-lo ou persuadi-lo àquilo.”
O direcionamento
Os pais possuem um papel de suma importância quando seus filhos
começam a pensar em sua futura profissão, pois são eles que podem esclarecer as
dúvidas. “É na adolescência que os filhos começam a recorrer aos pais para
saber a opinião. Eles podem contar o que o filho gostava quando era mais novo e
onde encontrava dificuldade, ou seja, podem ajudá-lo no processo de reconhecer
suas habilidades”, ensina Roseleide.
Ela enfatiza que o papel dos pais está em orientar, para que o
filho não se sinta coagido e intimidado a fazer a vontade deles. “Por isso, o
ideal é orientar e não determinar. É aceitar uma proposta diferente,
estimulá-lo a isso e não transformar a dúvida em atrito, mas em momento de
reflexão. A família tem que ser acolhedora e não ter o papel de repreender.”
Esse direcionamento dos pais é para que o filho entenda o real
significado de ter uma profissão. “Além de ganhar dinheiro, o objetivo de ter
uma carreira é encontrar um espaço para ser o que é, reconhecendo-se no
ofício”, esclarece a psicóloga.
Caso contrário é o filho quem sentirá e sofrerá mais as
consequências dessa interferência enfática. “Ele não se sentirá feliz, mas sim
completamente insatisfeito com aquilo que faz. E isso acontece porque desde o
início os pais não tiveram a visão do que o filho é, mas sim do que eles
gostariam que fosse”, finaliza Roseleide.
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