Texto publicado na página Godoy Studio Hair - https://www.facebook.com/godoystudiohair
Olá leitores.
Feliz
2016!
Vamos
recomeçar nossos encontros e, para o ponto de partida, proponho um tema que tem
sido recorrente em meu consultório e que acredito que também apareça no nosso
dia a dia: quando nos anulamos perante nossos relacionamentos, especialmente,
amorosos.
A
queixa comum desta condição é que as pessoas sabem que aquele
relacionamento não lhe faz bem, mas se sentem incapazes de separar-se ou
procurar melhorar tal situação.
O
que quer dizer “anular-se”? Essa situação é aquela em que, para nos sentirmos
aceitos e, principalmente, amados, nos negligenciamos a ponto de não nos
fazermos presentes no relacionamento (é como se não participássemos do mesmo). Ouvi
recentemente de um cliente “para ser
aceito por minha mulher precisei abrir mão de ser eu mesmo”, ou seja, nos
tornamos uma fraude, criamos um personagem que agrada ao outro e nunca a nós
mesmos.
Muitas
vezes não temos a percepção de que estamos agindo desta forma, mas a sensação
de que algo não satisfaz é notada, porém, sem ser valorizada. E o que faz essa
percepção ser sentida? É quando, passados muitos acontecimentos, vamos
conscientizando-nos dolorosamente, que não é desta forma que seremos felizes,
pois são muitas as desilusões, decepções e frustações. Ou, quando nossa
infelicidade fica crônica e os outros passam a nos contar que estamos
diferentes, tristes, nosso modo de ser é outro, enfim, nosso comportamento
sofre muitas alterações.
Isso
acontece porque somos educados e aprendemos que a única fonte de felicidade é
quando estamos num relacionamento e que isto seria sinônimo de prazer eterno, e
quem não o encontra teria “algum problema” ou “estaria encalhado”, enfim, toda
sorte de termos pejorativos que mostram que somos incompetentes para firmamos
um relacionamento.
O
ser humano é um ser relacional, portanto, necessita estar em relação com o
outro para se constituir com um ser pensante, presente e atuante, mas que tipo
de relacionamento estamos experimentando ou falando? O que ouço de meus
clientes é que não querem se sujeitar a uma condição em que se sentem constantemente
humilhados, desprezados, ignorados ou “pagar qualquer preço” para terem alguém
consigo.
E
como solucionar esta dificuldade? O importante é desenvolver a nossa capacidade
de nos valorizarmos e reconhecermos (autoestima) o que é essencialmente
importante a cada um e não o mero cumprimento de protocolos sociais e
culturais, além de compreender as reais necessidades individuais e não
transferir ao outro, ou cobrar deste, a incumbência de nos fazer felizes (o que
é, no senso comum, chamado de carência). A nossa felicidade não depende do
outro e sim do nosso esforço individual, de evoluirmos como seres autônomos e
termos com o outro uma parceria nesse processo, e não uma “muleta” para
preencher nossos “vazios”.
Finalizando
nossa conversa quero propor uma reflexão a partir de uma frase do brilhante
Jean Paul Sartre:
“Não
importa o que fizeram com você. O que importa é o que você faz com aquilo que
fizeram com você”
Até
o próximo mês.
Abraços,
Rose
Revisão:
Regiane da Silva Santos
Blog: http://traduzosuaideia.blogspot.com.br