Texto publicado na página Godoy Studio Hair - https://www.facebook.com/godoystudiohair
Olá leitores
Como
estão?
Neste
mês vamos discutir um tema que vem, na última semana manifestando, novamente,
sua face dolorosa e bárbara: a violência sexual contra as mulheres, o estupro.
Por que não é dado à mulher o direito de dizer NÃO?
Infelizmente
estamos assistindo mais um drama, desta vez, vivido por uma jovem de 16 anos,
no Rio de Janeiro, e ficamos perplexos com a brutalidade desta situação e que,
dentre tantas outras repercussões, deve nos servir para debater e,
principalmente, modificar essa terrível “cultura do estupro”. O Fórum
Brasileiro de Segurança Pública divulgou que a cada 11 minutos 01 estupro é
cometido no Brasil e que este número pode estar subestimado por que nem todos
os casos são denunciados ou notificados. Os números chocam e impressionam, por
isso, é imprescindível debater esse assunto para que a mudança seja,
efetivamente, concretizada.
Por
que esse crime continua a ser praticado? Quem o pratica? É notório e conhecido
que somos um país de cultura machista, mas, lamentavelmente, não somos o único.
Nossos homens são educados, desde muito cedo, a entenderam as diferenças entre
o que é o “ser homem” e “ser mulher” e qual o seu papel neste contexto. Exemplos,
tais como: o serviço doméstico bem como a criação dos filhos é de obrigação da
mulher, o de provedor da família é de obrigação do homem, quando uma pessoa tem
uma atitude valente é “machão” quando nem tanto é de “mulherzinha”, dentre
outros são tão comuns em nosso cotidiano que não percebemos o prejuízo embutido.
As discriminações são gritantes quando falamos das supostas características
“masculinas” ou “femininas”: aos homens é atribuída a valentia, bravura,
coragem, força, “homens não choram” já às mulheres, sendo o “sexo frágil” são
consideradas dóceis, meigas, vulneráveis, “manteiga derretida” e por aí vai.
Quem
educa nossos homens? Nossos pais, sendo que um ponto cruel disto é que são as
mães que também colaboram para que as distinções aconteçam dentro da própria
casa, por exemplo, dizendo, direta ou indiretamente, que “nenhuma mulher está à
altura de seu filho”. Já os pais querem que seus filhos sejam viris e para que
isso aconteça os incentivam a agirem como os “garanhões” que, para se sentirem
“verdadeiros homens”, precisam constar de uma “lista” de conquistas sexuais. O que,
infelizmente, rege nossas famílias é o falso moralismo que a sociedade atual prega
sobre o “liberalismo” na casa dos outros enquanto, dentro de sua própria casa,
ainda preferia que as mulheres somente devotassem submissão. Nessa conjuntura é
claro que há muito sofrimento, nem sempre sabido por todos, mas, de algum modo,
com reverberações em suas vidas.
E
com essa formação nossos homens crescem e vão reproduzir essa concepção em seus
relacionamentos. Além disso, há papel da mulher nessa situação toda, da busca
incessante dela pra se encaixar nessa sociedade machista e que ela tem tanto
direito quanto deveres e que seu modo de agir e vestir não dá direito a ninguém
de julgá-la e condená-la a nada. E o resultado? Homens e mulheres infelizes que
são incapazes de se aproximarem e viverem, verdadeiramente, um encontro
amoroso. Cabe frisar que a educação que recebemos não determina nossa maneira
de ser, mas sim a influencia, pois sempre há a possibilidade da escolha sobre
todo e qualquer comportamento e, consequentemente, a responsabilidade que nos
acomete porque somos dotados da capacidade de responder plenamente por nossos
atos.
Por
fim, é de suma importância ressaltar os efeitos psicológicos do trauma do
estupro às suas vítimas, com sequelas diretas em todo o seu ser: autoestima,
autoimagem, autoconceito, autoconfiança, amor próprio, e também moral, já que a
pessoa acredita ter provocado tal fato e a culpa por isto a atormenta. Sem que
esse trauma seja tratado a pessoa afetada o carregará por toda a vida, implicando
em inúmeras dificuldades, podemos citar, entre eles, casos de depressão, transtornos
de ansiedade, suicídio e dificuldades de relacionamentos.
Conclui-se,
tristemente, que o estupro é fruto de uma cultura em que prevalece a dominância
entre os gêneros. Tomemos consciência da gravidade deste fato e façamos a nossa
parte refletindo de que forma estamos contribuindo para que essa prática
continue a ser realizada. O tema é vasto e, portanto, aqui não se esgota.
Até
o próximo mês.
Abraços,
Rose
Revisão:
Regiane da Silva Santos
Blog:
http://traduzosuaideia.blogspot.com.br