terça-feira, 31 de maio de 2016

Por que não é dado à mulher o direito de dizer NÂO?

Texto publicado na página Godoy Studio Hair - https://www.facebook.com/godoystudiohair

Olá leitores

Como estão?

Neste mês vamos discutir um tema que vem, na última semana manifestando, novamente, sua face dolorosa e bárbara: a violência sexual contra as mulheres, o estupro. Por que não é dado à mulher o direito de dizer NÃO?

Infelizmente estamos assistindo mais um drama, desta vez, vivido por uma jovem de 16 anos, no Rio de Janeiro, e ficamos perplexos com a brutalidade desta situação e que, dentre tantas outras repercussões, deve nos servir para debater e, principalmente, modificar essa terrível “cultura do estupro”. O Fórum Brasileiro de Segurança Pública divulgou que a cada 11 minutos 01 estupro é cometido no Brasil e que este número pode estar subestimado por que nem todos os casos são denunciados ou notificados. Os números chocam e impressionam, por isso, é imprescindível debater esse assunto para que a mudança seja, efetivamente, concretizada.

Por que esse crime continua a ser praticado? Quem o pratica? É notório e conhecido que somos um país de cultura machista, mas, lamentavelmente, não somos o único. Nossos homens são educados, desde muito cedo, a entenderam as diferenças entre o que é o “ser homem” e “ser mulher” e qual o seu papel neste contexto. Exemplos, tais como: o serviço doméstico bem como a criação dos filhos é de obrigação da mulher, o de provedor da família é de obrigação do homem, quando uma pessoa tem uma atitude valente é “machão” quando nem tanto é de “mulherzinha”, dentre outros são tão comuns em nosso cotidiano que não percebemos o prejuízo embutido. As discriminações são gritantes quando falamos das supostas características “masculinas” ou “femininas”: aos homens é atribuída a valentia, bravura, coragem, força, “homens não choram” já às mulheres, sendo o “sexo frágil” são consideradas dóceis, meigas, vulneráveis, “manteiga derretida” e por aí vai.

Quem educa nossos homens? Nossos pais, sendo que um ponto cruel disto é que são as mães que também colaboram para que as distinções aconteçam dentro da própria casa, por exemplo, dizendo, direta ou indiretamente, que “nenhuma mulher está à altura de seu filho”. Já os pais querem que seus filhos sejam viris e para que isso aconteça os incentivam a agirem como os “garanhões” que, para se sentirem “verdadeiros homens”, precisam constar de uma “lista” de conquistas sexuais. O que, infelizmente, rege nossas famílias é o falso moralismo que a sociedade atual prega sobre o “liberalismo” na casa dos outros enquanto, dentro de sua própria casa, ainda preferia que as mulheres somente devotassem submissão. Nessa conjuntura é claro que há muito sofrimento, nem sempre sabido por todos, mas, de algum modo, com reverberações em suas vidas.

E com essa formação nossos homens crescem e vão reproduzir essa concepção em seus relacionamentos. Além disso, há papel da mulher nessa situação toda, da busca incessante dela pra se encaixar nessa sociedade machista e que ela tem tanto direito quanto deveres e que seu modo de agir e vestir não dá direito a ninguém de julgá-la e condená-la a nada. E o resultado? Homens e mulheres infelizes que são incapazes de se aproximarem e viverem, verdadeiramente, um encontro amoroso. Cabe frisar que a educação que recebemos não determina nossa maneira de ser, mas sim a influencia, pois sempre há a possibilidade da escolha sobre todo e qualquer comportamento e, consequentemente, a responsabilidade que nos acomete porque somos dotados da capacidade de responder plenamente por nossos atos.

Por fim, é de suma importância ressaltar os efeitos psicológicos do trauma do estupro às suas vítimas, com sequelas diretas em todo o seu ser: autoestima, autoimagem, autoconceito, autoconfiança, amor próprio, e também moral, já que a pessoa acredita ter provocado tal fato e a culpa por isto a atormenta. Sem que esse trauma seja tratado a pessoa afetada o carregará por toda a vida, implicando em inúmeras dificuldades, podemos citar, entre eles, casos de depressão, transtornos de ansiedade, suicídio e dificuldades de relacionamentos.

Conclui-se, tristemente, que o estupro é fruto de uma cultura em que prevalece a dominância entre os gêneros. Tomemos consciência da gravidade deste fato e façamos a nossa parte refletindo de que forma estamos contribuindo para que essa prática continue a ser realizada. O tema é vasto e, portanto, aqui não se esgota.

Até o próximo mês.

Abraços,
Rose


Revisão: Regiane da Silva Santos
Blog: http://traduzosuaideia.blogspot.com.br

segunda-feira, 2 de maio de 2016

Participação no Simpósio Internacional Mente-Cérebro












Simpósio Internacional Mente-Cérebro promovido por pesquisadores da Universidade Federal de Juiz de Fora (MG) e da Universidade de São Paulo (USP) com o apoio do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas da FMUSP e da Universidade de Oxford (Inglaterra)