Texto publicado na página Godoy Studio Hair - https://www.facebook.com/godoystudiohair
Olá leitores
Como
estão?
Quero
iniciar nossa conversa com a descrição de uma lamentável situação ocorrida com
uma pessoa muito próxima a mim:
“Depois de tantos anos na cadeira de
rodas achava que nenhum adjetivo seria ainda capaz de me machucar... ledo
engano!
Sábado, 07 de Maio, shopping Penha,
entrada principal: um grupo de rapazes, entre seus 20 e tantos anos, passam
fazendo algazarra e falando besteiras sobre namoradas e um deles aponta para
mim e diz a um dos amigos "Olha ali fulano, a de preto, perfeita pra
você!" (detalhe, estava referindo-se a mim) ao que o outro responde
prontamente e aos gritos "Credo, que monstro!"
Fiquei indignada e ferida numa fração de
segundos e permaneci ali, envergonhada e imóvel.
Fui ao banheiro a procura de um espelho
para tentar "amenizar" tal monstruosidade e, quase chorando, percebi
que não poderia fazer nada... seria a cadeira? seria meu corpo? seria meu
rosto? seria a junção de tudo isso?...
Não descobri, sinceramente... estou me
perguntando até agora se, por acaso, haveria um espelho atrás de mim e aquela
criatura estivesse se referindo ao seu próprio reflexo... é, talvez faça mais
sentido...’
Como
você se sente ao ler esse relato? Indignado? Revoltado? Ofendido? Chocado?
Perplexo?
Como
você se sente ao ver, cotidianamente, em nosso noticiário episódios semelhantes
a este? Fica horrorizado porque o outro é quem o praticou, mas ri de piadas que
zombam de outros por causa de suas diferenças (obesidade, orientação sexual,
religião, etc.)?
Estamos
vivendo uma realidade social, cultural, política, psicológica e educacional em
que a INTOLERÂNCIA tem ganhado notoriedade por sua crueldade, o que nos
sinaliza que necessitamos, urgentemente, rever e repensar a maneira como nos
comportamos com o nosso semelhante.
Porque
somos tão intolerantes? Porque conviver com as diferenças é tão insuportável?
Porque acreditamos que somos “melhores” que outros?
Ser
intolerante significa não ter a capacidade de aceitar e respeitar a diferença
que o outro demonstra por julgar-se “superior”. Aceitar, ao contrário do que
muitos pensam, não significa concordar, mas sim, possuir a aptidão de observar
no outro sua singularidade e considerá-la com a sua devida importância e
lembrar-se que TODOS a tem.
Será
que ser intolerante não significa que ao vermos os “defeitos” dos outros
enxergamos, na verdade, tudo aquilo que rejeitamos em nós? O outro, nada mais
é, do que um espelho que reflete como, de fato, somos e não gostamos de
constatar. Ou que o outro seja mais competente que nós mesmos e faça tudo
aquilo que não conseguimos? Estamos vivendo numa sociedade em que a disputa
tornou-se crônica e nos adoece a ponto de vermos em nosso semelhante um
adversário que deve ser abatido.
Porque
será que nos é tão caro encontrar a harmonia entre nós? O ser humano é dotado,
e lhe é imprescindível, estar com e na presença do outro pois isto o legitima,
portanto, quando aprendermos a importância que temos uns para os outros
poderemos, realmente, construir relacionamentos em que o verdadeiro amor possa
acontecer. Tenho muita fé nisto!
Até
o próximo mês.
Abraços,
Rose
Revisão:
Regiane da Silva Santos
Blog:
http://traduzosuaideia.blogspot.com.br