terça-feira, 24 de abril de 2012

Entrevista Concedida - Quem toma as decisões familiares?

Depende do tipo de relação escolhido pelo casal

Por Tany Souza – Site Arca Universal

Há alguns anos, o homem era quem comandava a casa e a família. Isso porque somente ele trabalhava fora e tinha a obrigação de manter tudo com o salário que recebia. Com o desenvolvimento da sociedade, a mulher precisou, mas também desejou, ir ao mercado de trabalho, para conquistar o seu espaço profissional e financeiro. Mas será que isso mudou a maneira de tomar decisões dentro da família?

Para a psicóloga Roseleide da Silva Santos, houve sim uma mudança, pois ambos começam a decidir dentro da casa. “Como ela também trabalha, pode contribuir para as decisões da família e não é somente o homem que tem esse papel de chefe do lar. Porém, hoje em dia os casamentos estão entrando em atrito justamente por causa disso, pois a mulher não aceita mais a posição de obediência ao que o marido decidir.”

Isso acontece porque as relações humanas – e conjugais – estão sempre em constante mudança, devido às transformações econômicas, culturais, sociais. “É por isso que hoje as decisões tomadas não são somente do homem. Antes era só desse jeito, hoje existem outras possibilidades de dinâmica entre o casal. Eles se adaptam à realidade que criam: se definem que será o homem a tomar decisões, tudo bem, se os dois, tudo bem também. Tudo depende de como é bom para um relacionamento saudável entre eles”, explica Roseleide.

A psicóloga esclarece que estamos vivendo um momento de transição, onde cada casal cria o seu jeito de organizar a casa. “Porém, é importante ressaltar que, se a mulher considera que depender do marido a torna segura, isso não é saudável, mas é uma dependência. Mas, se ela o tem como um amparo, contando com uma ajuda, isso é o adequado. Um casamento tem que ser ‘nós’ e não ‘eu’.”

Em conjunto, em casal

Segundo Roseleide, viver um casamento é saber dividir as decisões e responsabilidades. “Estar casado é não se isentar da decisão, é estar com o outro, ao seu lado. Às vezes, é pesado para o homem determinar algo. Dividir isso em parceria deixa o casamento e a situação em questão mais leve. É complicado exigir do outro o que nós mesmos não seríamos capazes de fazer sozinhos.”

E essa divisão de responsabilidade na tomada de decisões traz bons exemplos para os filhos. “Eles aprenderão que a vida é de partilha, que não somos autossuficientes, e que sempre podemos precisar do auxílio do outro, a qualquer momento. Em uma relação onde há troca, há sempre ajuda”, finaliza Roseleide.


segunda-feira, 16 de abril de 2012

Entrevista concedida - Ociosidade feminina pode ser indício de depressão

Mas isso depende do momento de cada mulher


Por Tany Souza - Site Arca Universal

Estar em férias, desempregado ou até mesmo passando por um momento difícil da vida, como perder um ente querido, por exemplo, pode ser um momento de ociosidade. Porém, esperar a vida passar sem fazer nada, ser acomodada, não é nada benéfico para a mulher – ou para qualquer pessoa.

Segundo a psicóloga Roseleide da Silva Santos, o ser humano está sempre propenso a julgar. “Quando vemos alguém sem fazer nada, logo imaginamos que ele está ocioso, e que é uma pessoa encostada na vida. Mas nem sempre a ociosidade é assim. Às vezes, a pessoa está precisando de um tempo para se adequar a uma nova realidade, para tomar alguma decisão, fazer uma reflexão pessoal.”

Porém, a psicóloga alerta: esse tempo de ociosidade não pode ser prolongado. “Quando uma mulher entra na estagnação e não consegue sair, está se sentindo impotente em relação a si mesma, e talvez já tenha entrado em um episódio depressivo, que é o momento do abatimento, da frustração, da falta de perspectiva pontual. Caso o ócio não esteja no caráter de descanso, ele sinaliza algo que precisa ser descoberto.”


É claro que esta ociosidade profunda pode trazer consequências. “Mesmo ela se sentindo satisfeita com sua ociosidade, não deve considerar isso um problema, mas o comportamento é caracterizado como uma passividade e isso não é positivo, porque ficará estagnada. Um ser humano não é um ser para ficar parado, ele precisa se relacionar com outras pessoas para estar em constante desenvolvimento com o outro”, explica Roseleide.


Porém, se a mulher tiver consciência da sua ociosidade e mesmo assim não desejar sair disso, é preciso mostrar a ela que esta permanência não é boa para si e para a sua relação com a família. “Desta forma, ela está adoentada, já tem grandes perdas e está sendo prejudicada por isso. Uma conversa com alguém próximo talvez a ajude a sair desta vida ociosa, mas pode acontecer também o contrário. É preciso ter referência do por quê está em depressão”, diz.

Não seja ociosa

A psicóloga enfatiza alguns pontos importantes em relação à ociosidade feminina:

- ela tem que entender o que isso implica na vida dela, se é uma escolha ou resultado de algo que acontece. No último caso, deve-se acender um sinal de alerta.

- mantenha o contato com as outras pessoas e reflita sempre sobre as opiniões individuais.

- mantenha-se ocupada com coisas que a realizem na sua vida profissional, social e familiar.

Roseleide também ressalta que a ociosidade depende de um contexto. “Para o outro pode ser ruim, mas para a pessoa não. Geralmente julgamos o que significa a situação, mas nunca interpretamos o ser humano como único e isso é errado.”


A escritora Cristiane Cardoso, em seu livro “A Mulher V”, diz que a mulher tem que sempre se manter ocupada. “Não deixe que a sua mente fique vazia. Concentre-se em alguma coisa e, quando terminar, concentre-se em outra coisa, até que esteja bem cansada e só lhe restem forças para ir para a cama.

”Porém, ela adverte que a mulher não pode se ocupar com qualquer coisa. “Certifique-se de que se ocupe primeiro com as coisas que só você pode fazer como cuidar da sua saúde, da sua vida espiritual, dar mais de si, ser responsável e ser você mesma”, finaliza Cristiane.