terça-feira, 13 de março de 2012

Entrevista concedida - Mulher controladora, mãe possessiva

Cuidado em excesso com o filho pode ser sentimento de posse

Por Tany Souza - Site Arca Universal
Comandar tudo que o filho faz, podar sua liberdade de escolha e proteger excessivamente. Se você é uma mãe assim, cuidado, você poder ser controladora demais.
É o que explica a psicóloga Roseleide da Silva Santos. “É um comportamento derivado de uma pessoa controladora, insegura. Ela deseja ter tudo sob o seu comando, com um excesso de proteção. Sente que tem que se apropriar, porque não tem clareza de que aquela pessoa realmente gosta dela, então, tem que tê-la.”

Para Roseleide, há uma diferença entre o sentimento possessivo e o cuidado a mais com o filho. “É a intromissão, a invasão. Uma coisa é se interessar, estar atenta, outra é invadir, investigar, monitorar, estar sempre em eterna vigilância, uma inquietação constante.”

Efeitos ao redor
A consequência para o filho deste sentimento de posse pode até ser a perda da personalidade. “A possessividade traz a superproteção, tirando a individualidade e inibindo a capacidade que a criança tem de se desenvolver por conta própria, e assim ela não anda com as próprias pernas, mas sim conforme as vontades e decisões da mãe. A insegurança gerada impede que o filho reaja diante dos problemas da vida”, aponta Roseleide.

A mulher não percebe que está sendo possessiva e por isso pode ter outras reações. “A mãe não percebe isso e sempre dirá que é amor, preocupação, cuidado de quem ama. Ela não vai admitir ou reconhecer e, caso o filho reaja aos seus excessos, não fazendo exatamente da forma como ela quer, vai se sentir frustrada, insegura, se colocando como vítima, fazendo chantagem emocional”, diz.

É possível também que o casamento seja atingido por esta possessividade da mulher em relação ao filho. “Se ela vive exclusivamente para o filho, não tem outras razões para viver e isso acaba denunciando que há algo dentro do casamento que não está bem”, alerta a psicóloga.

Segundo Roseleide, esta mãe por si só não consegue se conscientizar de que age assim com o filho. “Ela pensa que não está fazendo nada de mal. As evidências dessa atitude virão muitas vezes através de outras”, finaliza.

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