terça-feira, 9 de outubro de 2012

Entrevista concedida - Novo formato familiar pede mais dedicação aos filhos

Não depende do tempo, mas sim da qualidade do convívio

Por Tany Souza - Site Arca Universal

Hoje em dia podemos ver maridos que aceitam, concordam e até mesmo estimulam que suas esposas trabalhem e estudem, enquanto isso, eles adquirem a responsabilidade dos afazeres domésticos. Porém, mesmo dessa forma, a maior parte das responsabilidades acabam por ficar sob a incumbência da mulher.
 
 
Essa é uma situação com a qual a sociedade ainda está em fase de adaptação, na medida em que os casais vão se adequando. Porém, a criança continua precisando da dedicação de ambos. “A qualidade do relacionamento entre eles não está no tempo, mas na qualidade do contato. Os pais devem priorizar não necessariamente as horas de atenção, mas sim o que fazem junto com os filhos”, ressalta a psicóloga Roseleide da Silva Santos.
 
Segundo ela, a questão toda está na observação que os pais fazem de seus filhos. “Devem olhar para a criança e conseguir ver a necessidade dela, e não suprir a sua própria culpa por não estar com ela, comprando tudo o que o pequeno desejar.”

É essa culpa que os pais sentem pela falta de tempo que estraga o contato e a relação entre eles. “Esse sentimento faz com que os pais sintam a necessidade de compensar, não estabelecendo limites e sendo permissivos. Dessa forma, a criança cresce sem parâmetros”, chama a atenção a psicóloga.
 
Conciliar tudo
Para conseguir entrar em harmonia com tudo o que acontece em sua volta é preciso saber conciliar sem se cobrar. “Trabalhar também é prioridade tanto quanto cuidar dos filhos, a questão é não exigir ser 100% em tudo. Se aceitamos a nossa condição hoje, de fazer muitas coisas, mas sem sermos assertivos em tudo, a culpa não irá existir.”
 
Roseleide explica que há sim a necessidade biológica dos pequenos de estar com a família, mas eles não se sentem prejudicados por não estar o tempo todo na presença dos pais. “Quem considera que isso acarretará um prejuízo são os adultos. Na escola, com a companhia dos amigos da mesma idade, eles poderão dividir suas experiências e aprender cada dia mais.”
 
O que faz mesmo a diferença é o tipo de interação que haverá entre pais e filhos. “Aquela conversa sobre o que fez o dia inteiro, a manifestação de afetividade, de carinho, a atenção e a qualidade do tempo de dedicação fará com que a criança sinta e perceba a importância que ela tem para seus pais. Não é preciso fazer grandes coisas juntos, mas sim estar junto, independentemente do cansaço e do estresse do trabalho”, finaliza Roseleide.

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