segunda-feira, 16 de abril de 2012

Entrevista concedida - Ociosidade feminina pode ser indício de depressão

Mas isso depende do momento de cada mulher


Por Tany Souza - Site Arca Universal

Estar em férias, desempregado ou até mesmo passando por um momento difícil da vida, como perder um ente querido, por exemplo, pode ser um momento de ociosidade. Porém, esperar a vida passar sem fazer nada, ser acomodada, não é nada benéfico para a mulher – ou para qualquer pessoa.

Segundo a psicóloga Roseleide da Silva Santos, o ser humano está sempre propenso a julgar. “Quando vemos alguém sem fazer nada, logo imaginamos que ele está ocioso, e que é uma pessoa encostada na vida. Mas nem sempre a ociosidade é assim. Às vezes, a pessoa está precisando de um tempo para se adequar a uma nova realidade, para tomar alguma decisão, fazer uma reflexão pessoal.”

Porém, a psicóloga alerta: esse tempo de ociosidade não pode ser prolongado. “Quando uma mulher entra na estagnação e não consegue sair, está se sentindo impotente em relação a si mesma, e talvez já tenha entrado em um episódio depressivo, que é o momento do abatimento, da frustração, da falta de perspectiva pontual. Caso o ócio não esteja no caráter de descanso, ele sinaliza algo que precisa ser descoberto.”


É claro que esta ociosidade profunda pode trazer consequências. “Mesmo ela se sentindo satisfeita com sua ociosidade, não deve considerar isso um problema, mas o comportamento é caracterizado como uma passividade e isso não é positivo, porque ficará estagnada. Um ser humano não é um ser para ficar parado, ele precisa se relacionar com outras pessoas para estar em constante desenvolvimento com o outro”, explica Roseleide.


Porém, se a mulher tiver consciência da sua ociosidade e mesmo assim não desejar sair disso, é preciso mostrar a ela que esta permanência não é boa para si e para a sua relação com a família. “Desta forma, ela está adoentada, já tem grandes perdas e está sendo prejudicada por isso. Uma conversa com alguém próximo talvez a ajude a sair desta vida ociosa, mas pode acontecer também o contrário. É preciso ter referência do por quê está em depressão”, diz.

Não seja ociosa

A psicóloga enfatiza alguns pontos importantes em relação à ociosidade feminina:

- ela tem que entender o que isso implica na vida dela, se é uma escolha ou resultado de algo que acontece. No último caso, deve-se acender um sinal de alerta.

- mantenha o contato com as outras pessoas e reflita sempre sobre as opiniões individuais.

- mantenha-se ocupada com coisas que a realizem na sua vida profissional, social e familiar.

Roseleide também ressalta que a ociosidade depende de um contexto. “Para o outro pode ser ruim, mas para a pessoa não. Geralmente julgamos o que significa a situação, mas nunca interpretamos o ser humano como único e isso é errado.”


A escritora Cristiane Cardoso, em seu livro “A Mulher V”, diz que a mulher tem que sempre se manter ocupada. “Não deixe que a sua mente fique vazia. Concentre-se em alguma coisa e, quando terminar, concentre-se em outra coisa, até que esteja bem cansada e só lhe restem forças para ir para a cama.

”Porém, ela adverte que a mulher não pode se ocupar com qualquer coisa. “Certifique-se de que se ocupe primeiro com as coisas que só você pode fazer como cuidar da sua saúde, da sua vida espiritual, dar mais de si, ser responsável e ser você mesma”, finaliza Cristiane.

Um comentário:

  1. Foi bom ter visto esse assunto,estou estagnado e sem perspectiva de mim mesmo a muito tempo .

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